sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Mr. Dick

Olá Amiguinhos. 

Vamos receber na segunda-feira uma pessoa cujo primeiro nome é nada mais nada menos do que: 

DICK! 

Este seria o tipo de coisa que partilharia com um colega de trabalho, mas como não convém partilhar esta infantilidade com o meu patrão e como estou de relações cortadas com a impressora, decidi partilhar com vocês, porque sei que há por aí alguns tão ou mais infantis que eu.

Pronto, agora podem ir embora. 

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Sou Temida

Ligo para a empresa XX e peço para falar com a Drª Coisinha, uma senhora que anda a fugir de mim há 2 meses mais coisa menos coisa. 

" Diz-me quem fala por favor? " - Perguntam

Digo o meu nome, e o nome da empresa onde trabalho. 

A rapariga faz uma inspiração ligeira, mas audível, que deixou transparecer o medo, o horror, a aflição que sentem cada vez que eu ligo para aquela empresa. 

Sou temida, adoro isso. 

P.S. A Drª Coisinha não estava disponível, claro.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Porta Moedas

Estava a fazer o pagamento num sítio que não vos vou dizer o nome porque não vos interessa, e não encontrava a minha bolsa das moedas. 

Tinha a mala cheia de merda (gaja) e fartei-me de andar ali com a mão de um lado para a outro sem encontrar a minha bolsinha paneleira, até que resolvi tirar tudo da mala para a encontrar. Sempre com a senhora da caixa a olhar para mim, claro.

Tirei a carteira, 
os óculos de sol, 
a caixa dos óculos de ver, 
a garrafa de água, 
a agenda, 
as chaves e respectivos porta-chaves, 
a bolsa com coisas de gaja 
um rato de computador

e lá encontrei o porta moedas. 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Gatunos

Há aqui uma empresa com quem trabalhamos que utiliza imagens da net no site inteiro para mostrar os produtos que comercializa. 

"Para que é que vamos tirar fotografias aos nossos produtos, se já há umas imagens na net de uns mais ou menos parecidos? Pode ser que o cliente não dê por isso."

Bom, estava eu a dizer que eles abarbatoam-se com imagens de PRODUTOS DE OUTRAS EMPRESAS da net, e não fazem qualquer tipo de referência ao facto de aquelas imagens não serem deles, mas depois enviam-nos três fotografias de umas máquinas que têm na empresa e metem três logotipos da empresa bem grandes em cada uma delas, só naquela de se protegerem contra essa malta que rouba fotos. 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Bombons

Entrei numa papelaria ao pé do trabalho e dirigi-me ao balcão. 

A senhora, que estava do outro lado da loja, viu-me e dirigiu-se a mim. Enquanto não chegava, reparei numa taça com bombons ao meu lado. 

A taça chamou-me à atenção pelas cores berrantes e fora de moda das embalagens. Amarelo eléctrico, verde eléctrico, rosa eléctrico, azul eléctrico, um horror de embalagens. 

Lá pedi o que queria e enquanto a senhora o foi buscar continuei a olhar para a taça, a examinar aqueles bombons tão estranhos. Nas embalagens horríveis e eléctricas, a preto, dizia o que cada um deles tinha. "Chocolate e Menta" (erg) , "Chocolate e Rum" (erg) " Chocolate e Cereja" (erg) e outros que não me lembro. 

Quando a senhora chegou novamente ao pé de mim, apanhou-me pela segunda vez a olhar para a taça. Compreendo que de fora eu parecesse uma criança de 5 anos desertinha por tirar um bombon nojento da taça. Mas não era isso que estava a acontecer, como vocês já perceberam. 

Ela lá lançou um "pode tirar um se quiser" e eu respondi, sem pensar, e sem tirar os olhos da taça (meu deus, aquelas cores estavam mesmo a dar cabo de mim) "não, deixe estar, devem ser todos horríveis"

Se fui indelicada ou não, não sei, o que é certo é que a senhora não sorriu para mim até ao final da compra e eu sei porquê; deram-lhe aqueles bombons horríveis no dia dos namorados e ela estava a tentar livrar-se deles. 

Sem sorte minha senhora, sem sorte. 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O Filho da P*ta do Aloé Vera

Que eu sou um ser do outro mundo, já todos vocês sabem e eu também.

Para vocês sou-o pela minha personalidade espectacular, beleza e humildade. 

Para mim sou-o porque sou deficiente. 

Conhecem alguém que seja alérgico quer ao Aloé Vera quer à água de rosas? Sim, essas duas substâncias do demo cheias de químicos. 

Se conhecerem, fornecam-me o contacto porque gostava de partilhar algumas experiências e mágoas. Se nao conhecerem, beijem-me os pés porque sou uma espécie rara.

Quando eu pensava que não podia ser mais miserável por ficar ter ficado com a cara feita num oito por causa de um bocadinho de água de rosas, eis que chega o filho da puta do Aloé Vera. 

Agora toda eu sou químicos para me curar de uma das substâncias mais puras que existe.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Timming

Estávamos à espera de umas pessoas para uma reunião. 

Percebi que era uma reunião importante porque o meu patrão foi comprar garrafas de água (coisa que nunca faz) e meteu um CD dos dele a tocar (coisa que também nunca faz). Queria, portanto, causar ainda melhor impressão do que aquela que geralmente causamos. 

O CD foi tocando só boas músicas, até que tocam à campainha. 

Não me apercebi que estava a mudar de música, o que é certo é que quando abri a porta para receber os senhores (só homens, claro) a música que ecoava no nosso escritório, era esta: 


Estou sempre a marcar pontos aqui. Sempre. 

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Trânsito Infernal

Uma das 714 razões pela qual adoro viver em Cascais é o trânsito. 

Em Cascais não há trânsito. Há muitas rotundas, é um facto, mas não há trânsito. 

Quer dizer, agora que penso nisso, há trânsito sim senhor. Há sítios completamente infernais em Cascais. 

Um deles é a rotunda do Burguer King. Há sempre uns 7 ou 8 carros à nossa frente para entrar. Se for de manhã ou ao final do dia, somos meninos para ficar ali uns bons 5 minutos até chegar a nossa vez de passar. É por isso que no caminho para o trabalho evito sempre este sítio, não consigo lidar com este trânsito infernal pela manhã. 

Outro sítio é a zona do Cascais Villa. Contados por alto sei que existem uns 6 sinais nessa zona. Se temos o azar de apanhar os 6 vermelhos, demoramos 3 minutos ou 4 a fazer um caminho que geralmente não nos leva mais de 30 segundos. Também evito sempre este sítio, como é óbvio. 

Na 3ª Circular um pouco antes das 9h a coisa também fica preta. Devem pensar que são só vocês que têm circulares ó Lisboetas. O sinal que lá há consegue fazer uma fila de carros para aí de 250 metros e às vezes não dá para passar nos 3 minutos e meio em que o sinal fica aberto e lá temos nós de parar por mais 23 segundos. Este sinal aborrece-me, porque em vez de sair de casa 10 minutos antes de começar a trabalhar tenho de sair 15. E isso é chato.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Começar Bem o Dia

Fui tirar o meu cafézinho

tirei o meu pacotinho de açúcar e a minha colher de plástico e fui para a minha secretária

pousei o meu cafézinho e abanei o pacotinho de açúcar para ele ficar todo no fundinho e eu o poder abrir

no entanto, não precisei de abrir o pacotinho

porque ele estava furado

e o açúcar foi todo espalhadinho pela minha secretária

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Ele #2

À semelhança da maioria das pessoas que conheço, o meu namorado também gosta mais do meu cabelo do que de mim. 

Apaixonou-se primeiro pelo meu cabelo, e só depois, muitooooooooo tempo mais tarde, é que se apaixonou por mim. 

Da última vez que cortei o cabelo ele fez um filme desgraçado. Nem 7 gajas juntas conseguiam fazer aquilo. 

Andou uma semana inteira a chatear-me constantemente com esse assunto. Que eu ia dar cabo do melhor que tinha (touché), que ia ficar horrível (obrigada), que sem o meu cabelo não era nada (toma lá mais uma para a tua auto-estima), que ia perder a minha essência (tufas) e que ele ia deixar de gostar de mim. 

Eu, com a maior paciência do universo, disse-lhe que tinha de ser, que tinha de cortar, que era só um bocadinho, que ele nem ia notar, porque nunca ninguém nota, e que ia ser exactamente a mesma pessoa. Ele não acreditou, disse que eu nunca mais ia ficar igual e no dia em que fui cortar o cabelo mandou-me uma mensagem a dizer para eu pensar bem, que ainda ia a tempo de voltar atrás. Sim, o meu namorado é uma Drama Queen. 

Quando saí do cabeleireiro mandei-lhe uma mensagem e disse que as mulheres me tinham convencido a fazer algo diferente. Talvez estivesse um pouco curto de mais, mas que estava diferente e que eu até gostava. O coração dele parou nesse momento.  

Quando cheguei ao pé dele no dia seguinte e me viu igual, o coração voltou a bater e ele abraçou-me e disse algo do estilo: "Obrigada por me teres ouvido. Eu sabia que te ia convencer e tu não ias cortar o cabelo. Estás tão melhor assim." 

Os meus olhos deitaram faíscas nesse momento. Tinha levado com ele a chatear-me uma semana inteira e tinha arrotado 30 euros e ele estava a achar que eu lhe tinha feito a vontade.

Toda esta dissertação serviu para vos entreter na vossa vida aborrecida e para vos dizer que vou cortar o cabelo e não lhe vou dizer. Não tenho energia para um novo drama nem para uma nova frustração.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O Móvel

A minha mãe tem TODOS os medicamentos que há em casa guardados num móvel. 

"E qual é o problema de a tua mãe ter todos os medicamentos que há em casa guardados num móvel?" - Perguntam vocês dessa maneira irritante que só vocês sabem. 

Primeiro, quem faz as perguntas aqui sou eu. Segundo, se me deixassem terminar, iam perceber que há um problema. E grave. 

O móvel onde ela guarda os medicamentos tem de estar sempre fechado à chave, porque senão a minha mãe tem um ataque de pânico. Por sua vez, a chave que abre o móvel tem de estar sempre guardada dentro de uma gaveta que há no mesmo móvel. Se a chave não estiver guardada lá dentro a minha mãe tem outro ataque de pânico e é capaz de falecer porque já são dois ataques de pânico no espaço de 30 segundos.

Ora, o que é que faz um barulho descomunal a abrir e a fechar? Exactamente, a gaveta onde está guardada a chave. 

A chave podia estar na fechadura do móvel? Podia 
A chave podia estar em cima do móvel, sem ser na gaveta? Podia
Mas se isso acontecesse, a minha mãe não conseguia topar quando é que não nos estamos a sentir bem. 

Ontem de manhã estava com umas dores de garganta, e fui ao móvel buscar umas pastilhas. Aproveitei o momento em que ela estava na casa de banho para o fazer. Abri a gaveta com o maior dos cuidados, mas ela lá rangeu toda e eu fui, mais uma vez, apanhada. 

"CATAAAAARIIIINAAAAAAAA, ÉS TU QUE ANDAS AÍ????? O QUE É QUE TEEEEEEEENS?" 

É sempre, sempre assim. Mesmo que sejam 3h da manhã e ela esteja a dormir. 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A Minha Vida Não é Um Filme

Estava a separar o lixo no ecoponto quando o lenço que tinha ao pescoço se soltou e voou. 

Estava a fazer uma boa acção, e como tal não acho que tenha sido merecedora do que me aconteceu, mas isso são contas que depois prestarei com Deus. 

Como vos estava a dizer antes de me interromperem, o lenço que eu tinha ao pescoço conseguiu soltar-se tal era a ventania e vi-me perante uma típica cena de filme (apesar de elas nunca estarem ao pé de ecopontos). Sempre disse às tipas dos filmes que se apertassem melhor o lencinho no pescoço, ele não tinha como fugir. Enganei-me. Ele foge, o cabrão. 

Estava então a chegar o meu momento de filme. Enquanto corria atrás do lenço cheia de charme e delicadeza, viria um gatão estrategicamente colocado do outro lado da rua para o agarrar e mo entregar. Depois disso iríamos apaixonar-nos e seriamos felizes para sempre. 

Mas como é de mim que estamos a falar, eu corri atrás do lenço, confere, mas com o cabelo todo à frente dos olhos e enquanto lançava palavrões para o ar. Reiterando o facto de ser de mim que estamos a falar, é óbvio que não apanhei o lenço à primeira, nem à segunda, nem à terceira. Ele continuou a esvoaçar pela rua e a rebolar no chão num jogo que estava a ser divertido só para ele. 

Depois de ter percorrido 5km lá o consegui apanhar. 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Eu Sei Que Vai

Estão três senhores Romenos aqui no escritório a trabalhar e a tecer considerações sobre o tecto. 

Apontam, gesticulam, abanam a cabeça e trocam olhares e eu não sei o que estão a dizer. 

O tecto vai cair-me na cabeça a qualquer momento não vai? Eu sei que vai. E eles também.