O Amor É um Gajo Estranho, Às Vezes Até Irrita

Em tempos que já lá vão, quando deixava o meu antigo bebé (lágrimas correndo agora) no mecânico para o levarem à inspecção, vinha-me sempre embora de coração apertado, com um nó na garganta e uma profunda tristeza e inquietação dentro de mim. 

Não sabia se o iam fazer sofrer. Não sabia se o iam passar à primeira. Custava-me muito deixar o meu bebé indefeso, ao frio, nas mãos de homens sem coração. Ansiava sempre o momento em que me ligavam dizendo: "Passou, pode vir buscá-lo."

Era do caralho.

A única preocupação que tive quando deixei a Umbelina (meu novo carro) para também ela ir à inspecção, foi o preço e nada mais. "Que não se ponham a substituir merdas, que eu não tenho dinheiro para as pagar" eram as únicas coisas que me ocorriam ao longo do dia. 

A Umbelina lá passou, e eu lá fui buscá-la, indiferente. Acredito que o tempo vai encarregar-se de amolecer o meu coração, e de deixar entrar a Umbelina. Vou é precisar mesmo de muito tempo. 

Soube que o boguinhas foi vendido a uma rapariga. Soube que ela trabalha perto de minha casa. Tenho muita inveja dela, neste momento ela é feliz por ter o meu amor nas mãos. Espero que ele não goste mais dela, do que gostava de mim. E não, não tenho ido vigiá-la ao local de trabalho, nem lhe tenho feito esperas, não se ponham para aí com coisas.

Só uma outra passadela ocasional a caminho de casa, nada de mais. 

P.S. Acho muito feio o blogger dar erro quando escrevo a palavra Umbelina. Podia montar uma teoria da conspiração, e dizer que até o blogger está contra e que nem ele aprova esta nova relação, mas como Umbelina é também o nome da minha querida avó, vou deixar-me estar quietinha.