terça-feira, 12 de abril de 2016

Paixão

No almoço da Páscoa o Francisco viu no restaurante onde estávamos, uma miúda gira.

Ficou hipnotizado e repetiu-me 76 vezes o quão linda ela era. Confidenciou-me que gostava de ter coragem de lhe ir pedir o número de telefone e eu incentivei-o, claro, mas ele decidiu permanecer Pussy. 

Cobardolas como é, a única coisa que decidiu fazer foi pentear-se e ajeitar para ir à casa de banho para ela reparar nele (a miúda estava de costas e sim, mesmo de costas ele viu que ela era uma brasa). Lá foi ele cheio de postura e cheio de estilo, como só um puto de 16 anos consegue ter, e regressou todo contente porque a tinha visto a olhar para ele. 

No momento da saída do restaurante, sua excelência veio sempre num passo mais lento para o momento da despedida ser maior, mas não menos doloroso.  Entrou no carro a flutuar, a dizer que estava apaixonado, que nunca tinha visto uma miúda tão bonita mas triste e desolado porque nunca mais a ia voltar a ver. 

Passado umas horas e já em casa da minha avó, chega-se ao pé de mim e diz: 

"Ó Mana....?"
"Han?" 
"Ainda te lembras da cara da miúda do restaurante?" 
"Sim, mais ou menos, porquê?" 
"É que eu já não me lembro muito bem, mas tenho a certeza que se a visse outra vez, ficava outra vez apaixonado"

8 comentários:

  1. tão giro ele partilhar isso contigo :)
    Era um bocado descarado ir lá pedir número assim do nada...e a moça à mesa com a família!

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  2. Ahahaha
    É assim mesmo a adolescência :)

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    Respostas
    1. cheia de paixões assolapadas que passam passado três horas!

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