quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Querida Internet

Querida Internet:

Já toda a gente percebeu a cena das cookies e toda a gente se está a cagar para elas. Ninguém quer saber, ninguém vai ler o aviso que insistes em colocar em todos os sites e muito menos clicar no "saber mais". 

Acho então que está na altura de enfiares esse aviso no cuzinho, porque na maior parte das vezes ele ocupa partes importantes de sites e torna-se aborrecido ter de o estar sempre a fechar.

Estas a ver os teus termos utilização e política de privacidade com os quais toda a gente diz que concorda mas que na realidade ninguém lê? 

É exactamente a mesma coisa. 

Arranja uma vida. 

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Sacos

Acho que é só a partir do momento em que temos a nossa gaveta dos sacos, ou o nosso saco dos sacos, que a nossa casa se torna casa, e cada um de nós consegue finalmente tornar-se uma pessoa resolvida e independente.

Independentemente de termos uma gaveta de sacos ou não, há uma coisa que todos fazemos inconscientemente: escolher minuciosamente o tipo de saco que vamos levar. Exemplificando:

Não podemos devolver um tupperware à nossa sogra num saco da Zara. Porquê? Porque se o fizermos ela vai pensar que somos umas fúteis esbanjadoras de dinheiro. Se devolvermos esse mesmo tupperware num saco da Fnac, guess what, passamos de fúteis esbanjadoras a meninas doces e cultas que lêem livros, mesmo que dentro daquele saquinho tenham vindo os bilhetes para o 15º Salão Erótico de Lisboa.  

À nossa mãe não convém devolver nada dentro de um saco da farmácia. Porquê? Porque vamos levar com trezentas perguntas sobre o nosso estado de saúde, e 15 telefonemas a perguntar se estamos mesmo bem. A solução para isto? Devolver coisas em sacos do Continente ou do Jumbo; é sinal que nos andamos a alimentar. 

Enganam-se os que pensam que com os amigos não fazemos cerimónias. Fazemos e não é pouco. Não vamos devolver uma camisola num saco sem marca, não é verdade? Somos pobretanas que compram roupa na feira ou quê? Vamos lá então vasculhar bem a nossa gaveta dos sacos em busca do saco com a marca mais cara que tivermos. Encontrámos? Pronto, é esse mesmo que lhes vamos dar. De salientar que geralmente os sacos de marcas caras são sempre herdados e nunca nossos. Não nos podemos esquecer das nossas origens: pobretanas que compram roupa na feira. 

Por fim e não menos importante; o saco em que levamos o lanche (ou qualquer outra coisa) para o trabalho. Não pode, por exemplo, ser um saco da Intimissimi porque vamos logo passar por rameiras ordinárias que só estão bem na cama com machos latinos de lingerie sensual a fazer poses em camera lenta. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Deu Merda

Sabem quando conhecem bem, mas tão bem uma pessoa, que sabem de antemão e a léguas de distância que certa situação vai dar merda? Se não souberem finjam que sabem, ok?

Fruto de convivência diária ao longo dos últimos 27 anos, sou menina para me conhecer muito bem, pelo que não recebi da melhor maneira a notícia que me foi dada no consultório da Drª Vera, a minha médica optometrista. 

(Aiiiiiiiii mas que beeeeeeeem, olhem pra miiiiiiiiim...... tenho uma optometriiiiiiista, que imeeeeeenso.)

"Pois é Catarina. A Catarina aumentou a graduação e não foi pouco." (Pequena pausa no discurso da Drª Vera para partilhar convosco que pelo andar da carruagem chego aos 30 anos cega.) "Ainda por cima agora temos o olho direito com mais graduação que o esquerdo." 

"WOOOOOW...Calma lá contigo ò Vera. TEMOS O QUÊ? Isso não vai poder ser. volta lá a pôr os olhinhos como estavam, vá."

Não foi bem isto que eu disse mas foi parecido, e como muitos de vocês não devem estar a perceber o drama, eu explico: 

Graduações diferentes em olhos diferentes implica ter de estar concentrada no momento em que estou a tirar as lentes para não colocar, e a título de exemplo porque as combinações são mesmo muitas, a lente esquerda do lado direito da caixa, e a lente direita do lado esquerdo da caixa. Implica também estar concentrada no momento de colocar as tampas: a tampa que tem um L convém estar a tapar a lente que saiu do olho esquerdo. Isto para mim vai ser muito complicado de gerir por uma série de razões.  

 - A primeira é porque já lá vão quase 10 anos de uso de lentes de contacto sempre com as mesmas dioptrias em cada um dos olhos, e como tal a inexistência de qualquer tipo de critério na altura de colocar as lentes na caixa; 

- A segunda é porque, tudo bem, eu sou gaja e consigo fazer 15 coisas ao mesmo tempo, mas sou perita em momentos constrangedores em que estou completamente noutra 

- A terceira, e em jeito de resumo sobre o que é viver aprisionada na minha própria estupidez, remete-me para o motivo que me levou a visitar a Drª Vera. Era mais uma manhã como as outras, e mais uma manhã em que tive de espetar o meu dedo na caixa das lentes para apanhar a lente e a colocar no olho. Agarrei a lente, coloquei a lente no olho, passei a caixa por água e quando desci à terra para me admirar ao espelho, apercebi-me que não tinha lente nenhuma no olho. Tinha então colocado cheia de confiança uma lente imaginária no olho, estando nesse momento a lente verdadeira na maior das curtições cano abaixo.

Isto é uma mudança de vida ultra-drástica para a qual eu não estou preparada e na qual sei que me vou espalhar ao comprido logo ao terceiro ou quarto dia. Nem sempre mudamos para melhor, é um facto. A vida continua.

[A prova de que me conheço mesmo bem (quem diria) é que este texto foi originalmente escrito há três semanas e guardado nos rascunhos para depois ainda lhe dar uns toques. Adivinhem lá quem é que já não faz puto de ideia se a lente esquerda está no olho esquerdo ou direito... hum?]

domingo, 6 de novembro de 2016

Desta Vez Tenho um Motivo

Desta vez a minha ausência tem um motivo, e eu vou explicá-la de uma forma muito sucinta:

Dois Indianos, um Espanhol, oito Franceses, um Canadiano, dois Britânicos, dois Suíços, três Alemães, um Lituano, sete Holandeses, seis Americanos, três Polacos, dois Italianos, dois Brasileiros, dois Japoneses, três Hungaros, seis Empresas e quatro fundos de investimento todos no meu país, ao mesmo tempo, durante 4 dias. (Pensavam que tinha entrado na industria pornográfica, não era? Marotos) Estas pessoas têm de viajar, dormir e comer no meu país. Têm de ter reuniões entre elas o dia todo, têm de levar uma lembrança da Tuga, têm de andar entretidas depois das reuniões e adivinhem lá para quem é que sobrou a gestão e organização disto tudo? Pois claro, para a preta do costume. 

A juntar a isto temos ainda a gestão de uma App e de um Website, um estagiário que nem para ser explorado serve, duas porcas que precisam de cuidados, um namorado e uma família que precisam de alguma atenção, um computador pessoal que se avariou, e o facto de eu ainda não me conseguir multiplicar. 

Tenho 4 posts nos rascunhos há duas semanas e não lhes consigo pegar, perdoem-me! Para a semana também não vou andar por aqui, vou estar ocupada a gerir estas 60 pessoas ao mesmo tempo. Voltem para a outra semana. Com esta diversidade cultural, tenho a certeza que vos vou trazer bons posts.