sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Sou uma Criancinha Pequenina

Estava com o meu patrão a ver uma série de documentos no computador e a ver para que empresas já os tínhamos enviado. Às tantas ele diz: 

"Esses também já têm porque levaram no pacote na reunião de hoje de manhã" 

Dei aquele risinho nervoso, mas ele não atingiu o trocadilho genial que fiz e ficou a olhar para mim com cara de caso.

A empresa em questão tinha estado no escritório nessa manhã, e levaram numa pen uma série de documentos que denominamos: pacote de informação

O tal pacote. 
Também não acharam graça pois não? 

Tudo bem, eu saio. 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Dialectos de Ternura

Que a minha avó é Boss, já vos expliquei milhentas vezes em post's como este, este, este ou este.

No outro dia, a meio de uma habitual conversa de 70 minutos com ela ao telefone, dei comigo a pensar que é tão boss, que já tem conteúdo suficiente para criar um dialecto só dela. Vejamos:

Dolce & Cabana = Dolce & Gabbana
Osteopose = Osteoporose
"só eu e Deus é que sei" = este nem vale a pena traduzir
Julia Róbertes = Julia Roberts 
Bááááctéria = Bactéria
Euru = Euro
Carolina = Catarina (chama-me Carolina desde o dia em que a minha prima Carolina nasceu. Que foi há 22 anos atrás... Na boa, não tenho qualquer tipo de crises de identidade por causa disto)
Sansung = Samsung
Faz Food = Fast Food
Ébóla = Ébola

Estes são os que me lembro para já, mas tenho a certeza que se andasse com um caderninho atrás de cada vez que falo com ela, a lista seria muito mais extensa.




quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Acontece-vos o Mesmo?

Estaciono o carro no inicio da rua porque de certeza que não existem lugares mais perto. Ao começar a aproximar-me a pé do meu destino, apercebo-me que existem 54 lugares à porta. 

Não estaciono o carro no inicio da rua porque "a esta hora de certeza que há lugares à porta." Ao começar a aproximar-me de carro do meu destino, apercebo-me que não há lugares e que vou ter de ir dar uma volta do caralho para deixar o carro no início da rua. 

Digam-me por favor que com vocês acontece o mesmo. 

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Ele #12

Lembram-se da última vez que pedi ao meu namorado para me contar uma história? Se não se lembram, leiam este post aqui antes de continuarem, que é para se situarem. 

A minha mãe sempre me ensinou que devemos dar sempre uma segunda oportunidade às pessoas, pelo que ontem voltei a pedir-lhe que me contasse uma história para adormecer. 

Como o meu namorado é a prova viva de que quem nasce torto jamais se endireita, a coisa correu assim: 

"Era uma vez um menino pequenino que vivia sozinho em casa porque os pais tinham morrido num acidente de carro..."

Não me lembro bem do resto, mas metia Aliens.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Querida Internet

Querida Internet:

Já toda a gente percebeu a cena das cookies e toda a gente se está a cagar para elas. Ninguém quer saber, ninguém vai ler o aviso que insistes em colocar em todos os sites e muito menos clicar no "saber mais". 

Acho então que está na altura de enfiares esse aviso no cuzinho, porque na maior parte das vezes ele ocupa partes importantes de sites e torna-se aborrecido ter de o estar sempre a fechar.

Estas a ver os teus termos utilização e política de privacidade com os quais toda a gente diz que concorda mas que na realidade ninguém lê? 

É exactamente a mesma coisa. 

Arranja uma vida. 

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Sacos

Acho que é só a partir do momento em que temos a nossa gaveta dos sacos, ou o nosso saco dos sacos, que a nossa casa se torna casa, e cada um de nós consegue finalmente tornar-se uma pessoa resolvida e independente.

Independentemente de termos uma gaveta de sacos ou não, há uma coisa que todos fazemos inconscientemente: escolher minuciosamente o tipo de saco que vamos levar. Exemplificando:

Não podemos devolver um tupperware à nossa sogra num saco da Zara. Porquê? Porque se o fizermos ela vai pensar que somos umas fúteis esbanjadoras de dinheiro. Se devolvermos esse mesmo tupperware num saco da Fnac, guess what, passamos de fúteis esbanjadoras a meninas doces e cultas que lêem livros, mesmo que dentro daquele saquinho tenham vindo os bilhetes para o 15º Salão Erótico de Lisboa.  

À nossa mãe não convém devolver nada dentro de um saco da farmácia. Porquê? Porque vamos levar com trezentas perguntas sobre o nosso estado de saúde, e 15 telefonemas a perguntar se estamos mesmo bem. A solução para isto? Devolver coisas em sacos do Continente ou do Jumbo; é sinal que nos andamos a alimentar. 

Enganam-se os que pensam que com os amigos não fazemos cerimónias. Fazemos e não é pouco. Não vamos devolver uma camisola num saco sem marca, não é verdade? Somos pobretanas que compram roupa na feira ou quê? Vamos lá então vasculhar bem a nossa gaveta dos sacos em busca do saco com a marca mais cara que tivermos. Encontrámos? Pronto, é esse mesmo que lhes vamos dar. De salientar que geralmente os sacos de marcas caras são sempre herdados e nunca nossos. Não nos podemos esquecer das nossas origens: pobretanas que compram roupa na feira. 

Por fim e não menos importante; o saco em que levamos o lanche (ou qualquer outra coisa) para o trabalho. Não pode, por exemplo, ser um saco da Intimissimi porque vamos logo passar por rameiras ordinárias que só estão bem na cama com machos latinos de lingerie sensual a fazer poses em camera lenta. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Deu Merda

Sabem quando conhecem bem, mas tão bem uma pessoa, que sabem de antemão e a léguas de distância que certa situação vai dar merda? Se não souberem finjam que sabem, ok?

Fruto de convivência diária ao longo dos últimos 27 anos, sou menina para me conhecer muito bem, pelo que não recebi da melhor maneira a notícia que me foi dada no consultório da Drª Vera, a minha médica optometrista. 

(Aiiiiiiiii mas que beeeeeeeem, olhem pra miiiiiiiiim...... tenho uma optometriiiiiiista, que imeeeeeenso.)

"Pois é Catarina. A Catarina aumentou a graduação e não foi pouco." (Pequena pausa no discurso da Drª Vera para partilhar convosco que pelo andar da carruagem chego aos 30 anos cega.) "Ainda por cima agora temos o olho direito com mais graduação que o esquerdo." 

"WOOOOOW...Calma lá contigo ò Vera. TEMOS O QUÊ? Isso não vai poder ser. volta lá a pôr os olhinhos como estavam, vá."

Não foi bem isto que eu disse mas foi parecido, e como muitos de vocês não devem estar a perceber o drama, eu explico: 

Graduações diferentes em olhos diferentes implica ter de estar concentrada no momento em que estou a tirar as lentes para não colocar, e a título de exemplo porque as combinações são mesmo muitas, a lente esquerda do lado direito da caixa, e a lente direita do lado esquerdo da caixa. Implica também estar concentrada no momento de colocar as tampas: a tampa que tem um L convém estar a tapar a lente que saiu do olho esquerdo. Isto para mim vai ser muito complicado de gerir por uma série de razões.  

 - A primeira é porque já lá vão quase 10 anos de uso de lentes de contacto sempre com as mesmas dioptrias em cada um dos olhos, e como tal a inexistência de qualquer tipo de critério na altura de colocar as lentes na caixa; 

- A segunda é porque, tudo bem, eu sou gaja e consigo fazer 15 coisas ao mesmo tempo, mas sou perita em momentos constrangedores em que estou completamente noutra 

- A terceira, e em jeito de resumo sobre o que é viver aprisionada na minha própria estupidez, remete-me para o motivo que me levou a visitar a Drª Vera. Era mais uma manhã como as outras, e mais uma manhã em que tive de espetar o meu dedo na caixa das lentes para apanhar a lente e a colocar no olho. Agarrei a lente, coloquei a lente no olho, passei a caixa por água e quando desci à terra para me admirar ao espelho, apercebi-me que não tinha lente nenhuma no olho. Tinha então colocado cheia de confiança uma lente imaginária no olho, estando nesse momento a lente verdadeira na maior das curtições cano abaixo.

Isto é uma mudança de vida ultra-drástica para a qual eu não estou preparada e na qual sei que me vou espalhar ao comprido logo ao terceiro ou quarto dia. Nem sempre mudamos para melhor, é um facto. A vida continua.

[A prova de que me conheço mesmo bem (quem diria) é que este texto foi originalmente escrito há três semanas e guardado nos rascunhos para depois ainda lhe dar uns toques. Adivinhem lá quem é que já não faz puto de ideia se a lente esquerda está no olho esquerdo ou direito... hum?]

domingo, 6 de novembro de 2016

Desta Vez Tenho um Motivo

Desta vez a minha ausência tem um motivo, e eu vou explicá-la de uma forma muito sucinta:

Dois Indianos, um Espanhol, oito Franceses, um Canadiano, dois Britânicos, dois Suíços, três Alemães, um Lituano, sete Holandeses, seis Americanos, três Polacos, dois Italianos, dois Brasileiros, dois Japoneses, três Hungaros, seis Empresas e quatro fundos de investimento todos no meu país, ao mesmo tempo, durante 4 dias. (Pensavam que tinha entrado na industria pornográfica, não era? Marotos) Estas pessoas têm de viajar, dormir e comer no meu país. Têm de ter reuniões entre elas o dia todo, têm de levar uma lembrança da Tuga, têm de andar entretidas depois das reuniões e adivinhem lá para quem é que sobrou a gestão e organização disto tudo? Pois claro, para a preta do costume. 

A juntar a isto temos ainda a gestão de uma App e de um Website, um estagiário que nem para ser explorado serve, duas porcas que precisam de cuidados, um namorado e uma família que precisam de alguma atenção, um computador pessoal que se avariou, e o facto de eu ainda não me conseguir multiplicar. 

Tenho 4 posts nos rascunhos há duas semanas e não lhes consigo pegar, perdoem-me! Para a semana também não vou andar por aqui, vou estar ocupada a gerir estas 60 pessoas ao mesmo tempo. Voltem para a outra semana. Com esta diversidade cultural, tenho a certeza que vos vou trazer bons posts.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Por Amor

Dei por mim completamente desesperada por ser aceite. Completamente desesperada para que falassem comigo. Para que me dessem só um sinal de que se importavam e que sabiam quem eu era. Na perspectiva de muita gente, posso ter caído no ridículo, posso ter descido baixo. Mas para mim, o que fiz foi uma misera amostra daquilo que posso e consigo fazer por amor.  Porque eu não desisto de quem gosto, eu vou até ao limite, ultrapassando muitas vezes aquilo que é aceitável.

Dei por mim desesperada e cega de amor, no chão da minha sala, numa noite já fria de Outono, a emitir uns "chuuuiin chuiin chuiin" às minhas porquinhas da Índia na esperança que me respondessem.

Há quem consiga descer mais baixo, eu sei. 

Apresento-vos a Dulce e a Lucinda, os meus recentes rebentos. 




segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Esborrachei-me na Minha Própria Banheira

Depois do meu banho tomado, e depois do meu creme posto (acreditem, este pormenor é importante) comecei a limpar a casa de banho. 

Lalalalala limpa a sanita, tralalalalalala limpa o lavatório, lululululu limpa o bidé, que aproveito para revelar, nunca foi utilizado, rebeubeubeu limpa a banheira, e como vais bem lançada aproveita e limpa lá também os azulejos da parede. 

Comecei pelos azulejos da parede da banheira e pela ponta esquerda. Borrifei o produto e passei com o pano. Ai sou tão feliz e eficiente a fazer limpezas, pensei eu com os joelhos apoiados na banheira, enquanto me esticava para chegar à parede com o pano. Andei para a direita, para limpar mais um pouco, e apoiei a minha mão esquerda na parede que já tinha sido limpa e que estava, portanto, molhada. Conseguem perceber mais ou menos o que veio a seguir?

Não? Eu conto.

Veio todo um desequilibro do meu esqueleto que ocorreu devido à escorregadela da minha mão na parede, que não conseguiu ser travada com o meu corpo, porque os meus joelhos e as minhas pernas estavam com creme, e estavam apoiados numa banheira acabada de ser limpa, e por sua vez, também ela molhada. 

O que veio depois também foi muito giro. Fui eu a constatar em voz alta para ninguém ouvir "ai foda-se, vou cair" e a esborrachar-me dentro da minha própria banheira.

Deve haver maneiras mais dignas de morrer. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Para Cabra, Cabra e Meia

Estava no Multibanco para fazer alguns dos pagamentos da empresa e tinha uma pessoa à minha frente. 

Quando chegou a minha vez, saquei do papel onde tenho TODOS os NIBS dos nossos fornecedores para consultar o NIB dos 2 ou 3 pagamentos que tinha para fazer. Sim, ainda fazemos pagamentos no Multibanco. Calem-se e deixem-me continuar.

Assim que abri o papel, que está cheio de nomes e números, ouvi, com o sotaque afectado tão típico que têm as pessoas aqui de Cascais, o seguinte: 

"Não me digaaaa que vai fazer esses pagamentos tooodoooos?" 

Troquei um olhar nervoso com o Óscar, o boneco verde que trabalha nas caixas do multibanco, enquanto tentava processar o que se estava ali a passar. Tinha uma pessoa atrás de mim, que para além de ter invadido o meu espaço pessoal sem pedir licença, se armou em chica esperta. A Senhora estava, portanto, a pedi-las. Dei-me ao trabalho de virar a minha esbelta figura, e respondi-lhe:

"Olhe, por acaso até vou. Está com azar" 

A tiazoca abana a sua cabeleira, pintada de louro para esconder os brancos e fazer parecer que ainda tem 35 anos, dá meia volta e vai embora a grunhir: 

"Isto há gente que realmente..." 

Temos pena Tia. Para cabra, cabra e meia.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O Que Faço?

Há decisões na nossa vida que têm de ser muito bem ponderadas. Temos de analisar os prós e os contras e acima de tudo, pensar nas consequências a longo prazo. Tomamos decisões erradas por termos agido por impulso, e os anos que levamos desta vida ensinam-nos a ser mais prudentes e cautelosos. 

Tenho-me debatido ultimamente em dar ou não, o meu número de telefone de casa à minha avó. 

Sempre que lhe ligo do telemóvel ela pensa que eu estou a gastar dinheiro e despacha-me dizendo "não gastes mais, vai lá". Eu mantenho-a na ignorância, coitadinha, mas só porque me convém que aqueles simpáticos 20 minutos não se transformem nuns torturantes 70. 

Dar-lhe o meu número de casa implica ela ligar-me quando quiser, e demorar o tempo que bem entender. 

Ajudem-me. O que faço?

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Caixa Prioritária

Ontem estava no Jumbo de Cascais, e ao meu lado estava a caixa prioritária. 

Chegou um senhor de cadeira de rodas, e nenhuma das 3 pessoas que ele tinha à frente se mexeu. 

A idiota da funcionária da caixa, com ar de estrume, perguntou-lhe: "O senhor quer passar?" 

Ao que o senhor respondeu, "não, deixe estar, eu aguardo", não fosse ainda ser acusado de se estar a aproveitar da sua condição para passar à frente das pessoas. 

Fiquei indignada com tudo isto, e acho que a minha cara não o escondeu, porque calhou cruzarmos olhares e ele levantou ligeiramente os ombros como que a dizer-me "não te chateies que eu também não". 

As pessoas continuaram sem se mexer, pagaram as suas compras com a maior das tranquilidades e ninguém teve a dignidade de dizer ao homem para ele passar à frente.

Revolta-me muito viver num mundo povoado por gente assim.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

O Cúmulo da Riqueza

Estávamos 5 pessoas num carro, quando um de nós fez uma observação sobre o telefone do meu namorado, que é um Nokia igual a este: 


"blablablabla está calado, andas para aí com o telefone do SASE" 

Rimo-nos todos muito pela genialidade da piada e por se ter lembrado do SASE. Foi toda uma galhofa naquele carro até ao acalmar natural da coisa. Quando as coisas acalmaram, uma das pessoas do carro, com um jeito meio tímido pergunta: 

"o que é que é o SASE?"

Cá está, é este o cúmulo do menino rico. Vive tão distanciado da realidade dos meninos pobres, que nem sabe o que é o SASE.

[cuidado com os insultos na caixa de comentários. O menino rico lê este blog através do seu iPhone 7 plus]

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Magra e Insignificante

Olá. 

O meu nome é Catarina e sou tão magra e insignificante que o sensor da luz do meu prédio NUNCA dispara quando eu passo. 

Fim. 

terça-feira, 4 de outubro de 2016

As Calças do Azar

Há muita gente que tem a roupa da sorte. Aquela peça que gostam de vestir em ocasiões especiais porque, tão queridos, acham que vai fazer com que as coisas corram bem. Como eu sou do contra, tenho a peça de roupa do azar, que são umas calças de que gosto muito, num cor-de-rosa muito claro. Por peça do azar não quero dizer que quando as visto, as coisas me corram mal. Quero antes dizer que sempre que as visto, me sujo. 

Estreei estas calças num jogo que fui assistir ao estádio da luz. Creio que com isso lhes mostrei o quão importantes eram para mim. Como é que as calças me agradeceram o destaque que lhes dei na minha vida? Com uma nódoa que não sai, as putas.

Mas parte da culpa  foi minha, assumo isso, porque o que tenho de azarada, tenho a duplicar de estúpida.  Toda a gente sabe que não podemos entrar na catedral de qualquer maneira. Temos de estar no nosso melhor. Resolvi pois, na viagem a caminho do estádio, pintar as unhas. Carro, verniz, pernas, curvas, travagens, tem tudo para correr bem, não é verdade? Correu mesmo bem: uma pinga de verniz cor de rosa perto da zona do joelho. Como sabia que ia fazer borrada se tentasse limpar no momento, deixei o verniz secar para o tentar remover mais tarde no aconchego do meu lar. Nada resultou, NADA! Após várias lavagens, ele continua aqui, fluorescente que só ele. 

A segunda marca de guerra não sei bem ao certo quando é que aconteceu, mas também ainda cá está. É uma mancha a dar para o cinzento, que se não é óleo do carro, anda perto. Tentei passar um produto para remover manchas de óleo e nada. Passei pó talco e nada. Passei três mil truques caseiros e NADA. Se não for óleo, só pode ser um pouco de bosta de diabo. Como está na zona do calcanhar e mal se nota, deixei de me preocupar. 

De nódoas permanentes felizmente só tenho estas. No entanto, vestia-as há umas semanas e calhou ter de ir a casa da minha avó. Adivinhem que é que adorou limpar a boca com 300 Kg de baba às minhas calças? O meu cão, claro. Calcinhas utilizadas uma vez, e cesto da roupa com elas. 

Hoje à hora do almoço ajoelhei-me para escorrer para o lixo, o azeite da lata de atum. A última vez que comi atum deve ter sido há umas duas semanas, é importante referir isto antes que comecem para aí a pensar que sou uma lontra que só se alimenta de enlatados. É importante referir também, que não uso avental para cozinhar. Porquê? Porque NUNCA me sujo. Cozinho quase diariamente há 4 meses, e NUNCA me sujei, juro-vos por tudo. Claro que hoje me sujei, não é verdade? E sujei-me porquê? Porque tenho as minhas calças do azar vestidas. Escorri o azeite do atum e depois de quase todo escorrido, puxei a tampa da lata para trás, como faço sempre, mas sem a tirar na totalidade precisamente para não salpicar tudo de azeite. Corre sempre bem. Hoje não correu, claro. Não sei o que fiz, puxei com demasiada força ou eu sei lá, e a tampa saltou toda, espirrando todo o meu joelho esquerdo de pingas de azeite. Que maravilha. 

Foi depois disto que baixei os braços, dei-me por vencida e cedi às evidências: estas são as minhas calças do azar. Gosto mesmo destas calças porra. Assentam-me bem, são simples, tanto dão para um look descontraído como para um mais formal e fico muito triste que me tratem assim quando eu as lavo com o maior dos carinhos e as passo a ferro cheia de delicadeza. Não são umas calças que possa usar muito porque são de primavera, logo, é preciso uma porra gigantesca de azar, para me sujar sempre que estou com elas vestidas. NUNCA jamais em tempo algum as consegui usar duas vezes sem ter de as lavar, e isso deixa-me bastante deprimida. 

Desculpem este desabado de 70 metros, mas estava mesmo a precisar. Façam-me sentir melhor, falem-me da vossa peça de roupa do azar. Ou sou só eu que a tenho?

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Pôr-do-Sol

Finalmente arranjei um tempinho para ir brincar com a minha máquina fotográfica, e aplicar algumas noções que tenho aprendido de forma autodidática. 

Gosto muito de agarrar em mim e na minha máquina, enfiar-me no carro e conduzir até ao pôr-do-sol. Felizmente tenho uma vista privilegiada para este fenónemo a 5 minutos de casa e posso fazê-lo com alguma frequência. 

Deixo-vos então algumas fotografias bonitas que tirei no sábado e ontem, e que não têm qualquer tipo de edição. Foram tiradas em modo Manual, finalmente! As fotos foram tiradas no Guincho e na Boca do Inferno, ambos em Cascais, a minha linda terra.












segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O Lado Positivo

Uma filosofia de vida que acho que todos devemos seguir, é saber ver sempre o lado positivo das coisas. 

Por exemplo: a página do facebook aqui do blog tem poucos likes e esteve durante MUITO tempo nos 62 likes. No outro dia recebi um like novo, situação por si só bastante positiva, que me provocou um ataque de extremo histerismo, seguido de um discurso de agradecimento mental ao estilo Oh-Meu-Deus-Ganhei-Um-Oscar.  

Se ignorarmos a parte deprimente em que a minha página do facebook só ganhou um like novo passado 3 meses, conseguimos ver o lado positivo disto: as estatísticas da página apresentam neste momento os melhores resultados dos últimos 3 meses. E sabem a uma taxa de quanto? 

100% 

TAU! 

[deu para perceber que isto foi um esquema que eu montei para vos persuadir a meter um like-por- pena na minha página?]

domingo, 25 de setembro de 2016

Viver Sozinho: O Melhor e o Pior

Já levo quase 3 meses de viver sozinha e como tal, acho que estou em condições de fazer um balanço (muito) inicial do melhor e do pior desta condição. Ora vamos lá então:

O Melhor: 
  • Podes fazer o que queres, sem dares justificações a ninguém;
  • Podes andar nua pela casa às 3h da tarde se assim o entenderes;
  • Podes jantar um pacote de batatas fritas que ninguém te vai chatear;
  • Podes dar puns em qualquer divisão e sempre que te apetecer;
  • Podes tomar banho depois de teres comido um prato de feijoada;
  • Podes tomar banho às 3h da manhã;
  • Podes jantar às 22:30 
  • Podes fazer qualquer coisa "depois" e não "já";
  • Podes pensar em voz alta;
  • Podes comer massa com atum 3 vezes por semana (ainda não comi, calma. Tenho-me safado surpreendentemente bem na cozinha);
  • Não precisas de fazer a cama;
  • Se a casa estiver toda desarrumada, a única pessoa que se vai chatear és tu;
  • Podes ficar 3 horas no sofá a ver uma série que ninguém te vai julgar.  

O Pior: 
  • Sujaste? Limpa 
  • Cozinhaste? Lava
  • Tens fome? Cozinha 
  • Cheira mal? Lava
  • Não tens roupa para vestir? Lava
  • Já não tens cuecas? Usa as do Bikini
  • Tem pó? Aspira 
  • Tens uma aranha na parede? Mata-a tu 
  • Está um rato morto no jardim? Vomita e espera que alguém dê por ele e o vá lá tirar.
  • Ouviste um barulho? Vai tu ver o que é. 
  • Estás a tomar banho e achas que está alguém em tua casa? Azarucho, vais morrer sozinha e ainda por cima nua
  • Queres falar com alguém? Fala sozinha
  • Se te sentires mal e desmaiares ninguém vai dar por ti? Não, e esperemos que acordes sozinha. 
É capaz de me estar a faltar muita coisa, mas por enquanto são as conclusões mais importantes que tiro desta experiência.

Têm alguma coisa a acrescentar? Vamos, partilhem comigo para eu saber o que me espera.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Uma Mensagem do Meu Organismo

Olá Catarina. 

Sou o teu organismo e decidi que, uma vez que agora vives no centro de Cascais num bairro com um nome queque, vais ter de deixar de ser pelintra e começar a comportar-te como uma tiazoca. 

Como tal, criei nos teus dedinhos uma reacção alérgica a qualquer produto químico, de forma a que tenhas de lavar a loiça e limpar a casa de banho de luvinhas. Se pudesses fazer um ar de nojo de cada vez que tens de esfregar uma panela cheia de molho de tomate eu agradecia. Dá mais credibilidade à coisa, percebes?

Para não parecer coincidência a mais e para não parecer culpado, vou deixar passar mais uns meses até te tornar alérgica ao pó, de forma a que tenhas de contratar uma empregada doméstica e te consigas finalmente enquadrar no teu local de residência. 

Não tens nada que agradecer querida. 

Beijocas. 

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Ele #12

Aqui há uns tempos, partilhei convosco o meu sucesso na domesticação do meu anima.....namorado! 

Ninguém me contactou a pedir dicas de domesticação mas não faz mal. Sou uma pessoa que não guarda rancor...só uma imensa tristeza. Mas adiante! 

Hoje venho partilhar mais uma história de sucesso que na minha humilde opinião traduz na perfeição o nível máximo de domesticação.

Muito provavelmente só as mulheres é que entenderão o que vou contar, e como esta história de sucesso é dirigida somente para elas, não vou estar aqui com grandes enquadramentos e introduções. 

Pedi ao meu namorado para passar numa loja e me comprar umas coisas, e, para grande surpresa da minha alma, SÓ FOI PRECISO PEDIR UMA VEZ. Passado uns dias do meu pedido inicial, e quando me preparava para lho pedir novamente, ele diz-me:

"Passei na drogaria e comprei os pregos e os parafusos que pediste." 

Agora que o escrevi fez-se um pouco de luz na minha cabeça, e estou a realizar que muito provavelmente este milagre tem muito a ver com o teor do pedido. Se calhar não é o nível máximo de domesticação, mas é digno de partilha: um homem a fazer um favor sem ser preciso pedir 17 vezes e meia. Histórico.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A Minha Rotina Matinal

A minha rotina matinal inclui acordar com tempo para tomar um banho, fazer o pequeno-almoço, comê-lo (convém), vestir-me, maquilhar-me e sair. Posso fazer um vídeo da minha rotina matinal, querem? Deixem aqui em baixo nos comentários para eu saber. (só quem assiste a vídeos do Youtube é que vai perceber esta.) 

Bom, adiante.
Com o acumular do cansaço da semana, levantar às sextas-feiras é um bocado difícil. Na realidade é um bocado difícil levantar todos os dias, quem quero eu enganar? Nos dias em que é mais difícil sair da cama, e em que vou adiando o despertador por mais 15 minutos, vou eliminando etapas da minha rotina matinal na minha cabeça, de forma a poder ficar mais tempo na cama. A coisa acontece então, mais ou menos assim: 

7:15: Só mais 15 minutos.

7:30: Só mais 15 minutos, ainda dá.

7:45: Tomo banho à noite, não preciso de tomar agora de manhã.

8:00: Como um iogurte e uma barra de cereais, escuso de estar a fazer torradas e leite

8:15: Vou de óculos, ocupam-me metade da cara, disfarçam as olheiras e não preciso de me maquilhar

8:30: Granda merda, tenho mesmo de me levantar e já vou chegar atrasada.

Alguém por aí que sofra do mesmo problema?

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Sou uma Assassina

Se as formigas fossem humanos, a minha casa estaria quase a entrar para o Top 10 dos maiores crimes contra a Humanidade. Sou uma assassina em série e o número de vitimas que tenho feito aumenta de dia para dia.

Ontem senti que tinha perdido a pouca compaixão que ainda tinha dentro de mim, quando me ouvi a dizer o seguinte a uma formiga: 

"Então querida, estás à procura da tua amiguinha é? Não te preocupes, vais já para ao pé dela." 

Depois dei-lhe uma sapatada e continuei a fazer o jantar.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

A Minha Senhoria

A minha senhoria é, até ver, a Boss das Senhorias. 

Em primeiro lugar porque me escolheu a mim, de entre dezenas de pessoas, para habitar a sua casa, e isso diz logo muito sobre o seu bom gosto. Depois porque me deixa sempre o recibo da renda na caixa do correio com um post-it  amoroso terminado em "Abracinhos" e apesar de ser minha vizinha do lado, respeita a minha privacidade e não me está sempre a chatear os cornos. A única vez que me tocou à campainha foi para me dizer que eu tinha deixado o carro mal estacionado. Tão querida, quando fui ver do que se tratava, era o meu carro "estacionado" no meio da praceta, porque tinha descaído do lugar onde estava por eu me ter esquecido de puxar o travão de mão. Julguem-me, eu deixo.

Adiante. Deixa-me estender as minhas "cuecinhas" no estendal dela, porque o meu é no meio do Logradouro do prédio e toda a gente as consegue ver, leva-me sacos com conchas porque um dia lhe disse que adoro, deixa-me rosas do jardim na janela da cozinha, dá-me hortelã-pimenta e chama-me menina. 

Já gostava muito dela, mas ontem fiquei a gostar ainda mais. Porquê? Porque ao fim de 3 meses lá arranjei tempo para arrancar um recado que ela deixou no cesto da roupa suja e que já lá está desde que me mudei, e cuja parte de trás é nada mais nada menos do que a de um pacote de murtalhas KING SIZE. 

Adorável. 

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A Rainha das Doenças

A minha avó é a rainha das doenças. Está sempre muito mal, tem 73 problemas de saúde ao mesmo tempo e o passatempo preferido dela é falar sobre isso. 

A melhor coisinha que lhe posso fazer é dizer que me dói alguma coisa ou que estou com algum problema de saúde. Eu sei que pode parecer estranho e talvez ligeiramente mórbido, mas assim que lhe apresento os meus sintomas, ela fica entretida um par de horas a pesquisar sobre o que me dói, e esquece por um bocadinho as suas próprias dores. 

Ontem à hora do lanche, e por já estar farta do protagonismo dela, resolvi mostrar-lhe os meus dedos onde ultimamente têm aparecido umas bolhas e umas feridas. Na altura observou-me as mãos, teceu uns bitaites sobre o que achava que podia ser, e arrumou o assunto por ali. Como já sei o que a casa gasta, sabia que após a minha saída ia subir à biblioteca e escrutinar todas as enciclopédias que tem à procura da causa e da solução para o meu problema. 

Bem dito, bem feito, eram 22:00 quando o meu telemóvel tocou. 

"Estou querida, já estás deitada? Como estão os teus dedos?" 

"Na mesma avó" 

" Pois, sabes, eu estive a ler e ..." e.. seguiram-se 30 minutos, acreditem, não estou a exagerar, 30 minutos sobre o que podia ser isto que tenho nos dedos. Não ouvi tudo, porque tenho mais que fazer, mas do que ouvi, isto pode ser devido a: 

- Pêlo de cão ou gato; detergente da loiça; detergente da roupa; ervas ou folhas do jardim, cloro, sol, suor, shampoo, pão, chocolates, massa, lixívia, o ar que respiro, pílula, benouron (sim, ela acha que eu tomo um benouron todos os dias), problemas no fígado, cancro da pele, vou morrer. 

Depois dos 15 mil diagnósticos diferentes, foram-me apresentadas diversas maneiras de curar este meu problema gravíssimo:

- Pó de Talco, vinagre de maçã, lavar as mãos e não as secar (?),  pomada x, pomada y, pomada z, mudar o gel de banho para um sem não sei o quê, limpar as mãos sempre em toalhas diferentes (claro), não juntar muito as mãos para não passar de uma mão para a outra (já passou), usar luvas, não apanhar sol nas mãos, etc etc etc.

O trabalhinho dela está feito. Agora só tenho de me desemerdar e descobrir a origem do meu problema de entre as 72 que ela me apresentou, e escolher o método de cura que mais me apraz. 

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Sinceridade

Cá está ele: o mês dos recomeços. É, como tal, o recomeço dos textos aqui no blog. É verdade, estou a preparar imeeeeensos textos para vos manter entretidos nas próximas semanas. Ahahah não estou nada, isto é só para tentar que não deixem de cá vir. 

Bom, vamos à história de hoje? Vamos. 

Aguentei até não dar mais, e lá decidi sair para ir fazer xixi. Não temos casa de banho dentro do escritório, por isso temos de sair, andar até ao fundo do corredor e utilizar a casa de banho do piso. Essa casa de banho é partilhada com mais umas 5-6 mulheres dos outros escritórios do edifício, e claro que só está ocupada quando eu estou quase a deitar xixi pelos olhos. Foi o caso. 

Contorci-me um bocadinho, tentei não pensar em água e valha-me Deus nosso Senhor que a senhora que lá estava dentro foi rápida. Quando saiu, e depois de recuperada do susto inicial de me ter visto (sou tão bonita, credo) disse-me: 

 "falahahahallaaahyrtsvss intervalo" 

Lamento, agora que vos escrevo isto, tê-la feito repetir o que disse. Mas na altura não percebi mesmo. 

"Desculpe, não percebi..."  
"é melhor fazer um intervalo... é que eu acabei de fazer uma coisa...bom.." 

Procurei o buraco mais próximo para me enfiar lá dentro, e como não o encontrei, tive de responder: 

"haaannnhaaannn não se preocupe.." 

O comentário dela fez com que entrasse na casa de banho de forma muito assustada e a suster a respiração. Pensei mesmo em sair assim que percebesse que ela tinha entrado no escritório, não fosse a coisa estar mesmo grave, mas como vos disse, o xixi já me estava quase a sair pelos olhos. Lá relaxei e apercebi-me de que não se passava, a nível de odores, nada de mais naquela casa de banho. 

Coitadinha, vê-se mesmo que nunca entrou numa casa de banho depois de EU fazer coisas.

Já agora, se estão aborrecidos por causa da vossa vidinha medíocre, podem ver mais post's sobre episódios de casa de banho aqui, aqui, aqui e aqui

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Essenciais de Verão

Olá Queridinhos.

Desculpem este meu post de essenciais de verão vir tão atrasado, mas longe vão os tempos em que o verão para mim durava 3 meses. Agora contento-me com 3 semanas, e já vou com sorte.

Eu sei que as meninas dos outros blogs já fizeram este post há dois meses, e muito provavelmente vocês já compraram tudo o que elas vos aconselharam, mas não deixem de ler os meus essenciais até ao fim, pode ser que ainda vos falte alguma coisinha, sim?

Desculpem também não fazer um vídeo enquanto vou apresentando os meus produtinhos mas sinceramente, tenho uma vida e muito mais que fazer.

Vamos então arrancar com os meus essenciais de verão? Vamos pois.

1 - Desodorizante - Não precisa de muitas explicações, não é verdade? Quem é que gosta de chegar a meio do dia a cheirar a refogado? Ninguém.

2 - Areia - Nos pés, na cara, no cabelo, no rabo, nas pernas e nos braços. Verão sem areia, não é verão.

3 - Cloro - Montes dele nessa pele, besuntem-se bem, sem medos.

4 - Caipiroscas

5 -  Gelados - Ao pequeno-almoço, ao almoço, ao lanche e ao jantar

6 - Pernas ao léu - Não importa se vestem saia, calções, vestido ou só as cuecas. O importante é proibir a entrada de calças.

7 - Contemplar um Tecto - Seja o do quarto ou o da sala, o importante é contemplarem um, ou vários, se vos apetecer.  E Porquê? Porque significará que não têm rigorosamente nada para fazer.

8 - Escuro - É importante terem muito escuro no vosso verão. É sinal de que estão a dormir, ou de olhinhos fechados enquanto apanham sol.

Quando conseguir que as marcas me paguem para aconselhar os produtos delas, talvez estes essenciais de verão se tornem mais interessantes. Enquanto isso não acontece, ficam com o que realmente interessa no vosso verão.

Divirtam-se, descansem e sejam felizes. Eu volto daqui a 3 semanas.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

É de Homem

Que uma mulher tem sempre razão toda a gente sabe, não é verdade? É certo que existem alturas em que isso não acontece, mas é raro. 

As mulheres que me lêem, sabem o quão irritante é sabermos que temos razão e a pessoa do outro lado estar a teimar que não é assim como estamos a dizer. Acho que das coisas que mais me irrita na vida é eu ter 100% de certezas sobre uma coisa, e me estarem a dizer o contrário. Viro monstro, fico cega, fico fora de mim. 

Decidirem fazer isto num dia de TPM agressivo que ainda por cima vem acompanhado de uma rabugice e falta de paciência tremendas, típica de quem já só pensa em ir de férias, é de Homem. Tudo isto piora porque tenho de manter a compostura e não posso mandar a pessoa para o Caralho e muito menos acertar-lhe com uma cadeira nas trombas, acabando por ter de guardar esta raiva toda dentro de mim. 

E o vosso dia, como está a ser?

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Questões

Tenho aqui no bolso uma ou outra questão que gostava de vos colocar:

1 - Conseguem arranjar uma melancia sem comer no momento pelo menos metade? 
2 - Também dão por vocês a pensar que eram bem capazes de se casar com uma melancia, e viver com ela felizes para sempre? 
3 - Quem é que pensava, como eu, que melancia se escrevia melância? Ninguém? Ok, não faz mal.
4 - Como é que lidam com aquela parte das receitas em que vos dizem que é uma chávena de azeite? Uma chávena de que tamanho? Um chávena de café? De chá? Cheia até acima?
5 - Esta não pergunta nada, é só para vos fazer perder tempo. Sim, tenho de arranjar uma brincadeira nova eu sei, esta já está muito gasta. 
6 - E como lidam com aquela parte em que dizem que é meio copo de vinho branco? Meio copo daqueles gigantes do Ikea é capaz de não resultar, certo?
7 - O que é uma pitada de sal? 
8 - Porque é que me levantaram as escovas do carro se eu o deixei bem estacionado? Acho que estou a ser vítima de bullying na praceta do sítio novo onde vivo. Pelo menos é o que fazem na escola aos miúdos novos. Ou faziam, que acho que agora está na moda condenar imenso o bullying. No meu tempo não havia nada disso e aqui estamos nós firmes e hirtos que nem uma barra de ferro. 

Podem responder-me a estas questões no bem bom da vossa toalha de praia que eu não me importo. Preciso é que me respondam.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Ele #11

Escrever somente agora sobre o Europeu talvez vos ajude a perceber o quão caóticas as coisas andaram. 

Quem já conhece os cantos à casa sabe que isto não vai ser um post sobre a traça que poisou na cara do Cristiano e muito menos sobre o Éder. Na realidade não vai ser sobre nada que tenha acontecido no Europeu, mas sim sobre os conhecimentos do meu namorado no que a futebol diz respeito. 

Estávamos a ver a final e ele teve duas tiradas de génio. Ficou-se pelas duas e não prolongou as questões porque lhe atirámos olhares que o intimidaram profundamente. 

Repito, estávamos a ver a final: Portugal - França e ele pergunta: 

"Este jogo é em casa ou é em França?" 

Grilos. Grilos. Grilos. E um pouco de silêncio para que reflictam sobre esta questão.  

A segunda questão revelou que estava a tentar perceber a dinâmica da coisa e que por momentos se interessou pelo evento em si: 

"Se França perdesse por exemplo no primeiro jogo, continuava a receber as outras equipas?" Insultei-o e perguntei-lhe o que é que ele tinha na cabeça, e ele lá acabou por revelar que pensava que os jogos eram em casa de quem ganhava o jogo. Na cabeça dele fez sentido, e nós só temos de aceitar isso.

Antes de tecerem juízos de valor venho em defesa dele dizendo que pode não perceber patavina de futebol e Europeus, que convenhamos, não tem mal rigorosamente nenhum, mas é homem com conhecimentos suficientes para vos salvar a vida se estiverem perdidos numa floresta durante uma semana. Ou um mês, vá, para ser mais dramática.

Como nota de rodapé, gostaria de me humilhar publicamente, dizendo que escrevi todo este post chamando Mundial ao Europeu, e só agora, ao 12:20 é que o estou a corrigir. Como vêm, sou quase tão limitada como o meu namorado. Valeu-me a minha sempre atenta e fiel leitora Cláudia para me chamar à razão, a quem desde já agradeço! É nestas alturas que agradeço a Deus o facto de o meu blog ter apenas 5 leitores, senão por esta altura já estava no Facebook da Caras como a blogger burra.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Era Uma Vez

Era uma vez um site que achava que as pessoas que lá iam não tinham mais nada para fazer da vida, e desatava a fazer exigências estúpidas:

A password deverá ter entre 8 e 20 caracteres e deverá ser composta por:
- pelo menos 1 caracter maiúsculo (de A a Z)
- pelo menos 1 caracter minúsculo (de a a z)
- pelo menos 1 dígito (de 0 a 9)
- pelo menos 1 caracter não alfabético (por exemplo, *, !, $, +, #, %, ...)

Era uma vez uma menina que estava fartinha desta merda toda e que estava quase a desistir da vida por ter de fazer equações matemáticas para criar uma password. Depois lembrou-se que faltavam só 8 dias para entrar de férias e largou a faca que tinha na mão. 

FIM

terça-feira, 26 de julho de 2016

Love My Job #2

Outra frase de sonho que acabei de ler, e que desta vez, infelizmente, não fui eu a escrevê-la, foi a seguinte: 

"Continuam também interessados em fazer-vos uma visita no dia XX de Agosto, que é o dia da Grande Festa Gay" 

Podia contextualizar-vos, mas deixava de ter piada. Vai ficar só assim a pairar no ar, porque quem manda aqui sou eu.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Ups

Estava com os phones, a ouvir uma das minhas playlists no Spotify, completamente alienada do mundo. 

Começou esta música aqui em baixo da Lady Gaga, que não é das minhas preferidas, mas que é de uma esquizofrenia tal, que é impossível uma pessoa não ficar envolvida. Ao minuto 1:41 vem a minha parte preferida, e devido ao tal envolvimento de que falei à pouco, dou por mim a acompanhar a Gaga, em alto e bom som, quando ela grita: 

"DO YOU WANNA SEE ME NAKED LOVEEEEEERRRRR?" 



Esqueci-me de referir no início do post, que estava no escritório, com o meu patrão e o estagiário a metros de distância de mim. 

Vou rezar para que não tenham ouvido e que não se tenham apercebido de que sou uma ordinária.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Esfreguei-me numa Criança Doente

Escrevo este post sem conseguir olhar muito bem para vocês. Mais ou menos como aquele namorado que fez merda e está num café com a potencial ex-namorada para lhe explicar o porquê de ser uma besta, mas que não lhe consegue olhar nos olhos. É mais ou menos esse o ambiente que paira aqui no ar.  

Muitos de vocês precisam tanto de posts novos neste blog, como de ar para respirar. Esses já devem estar todos mortos por esta altura. Lamento. Outros precisam do boost de boa disposição que os meus posts dão, para enfrentarem com um pouco mais de alento as vidas miseráveis que levam. Esses se não morreram com uma depressão, para lá caminham.Também lamento.

A verdade é que a minha nova vida de dona de casa independente me está a consumir as energias que utilizava para, entre outras coisas, escrever aqui. Também nunca mais peguei num livro, por exemplo. Nem nunca mais vi a Única Mulher. Estou quase tão morta como vocês meus queridos. Não é fácil gerir uma mudança de casa e uma vida independente enquanto se trabalha 8h ou mais por dia e se faz voluntariado em dois sítios diferentes e ainda se tem de arranjar tempo para as compras, para limpar a casa, para cozinhar, para lavar, para passar a ferro, para se dar atenção a um namorado e ainda a uma mãe carente. Só agora é que as coisas estão a ficar mais ou menos organizadas e a casa composta, pelo que acredito que daqui a umas semanas já irá estar tudo a 100%. Certo é que as energias escasseiam cada vez mais e eu acordo todos os dias um bocadinho mais cansada e com muita coisa para fazer. Guardar as minhas férias todas para Agosto não é, de todo, uma boa opção porque acumulo o cansaço de um ano inteiro de trabalho. 

Esta introdução toda foi para vos tentar dar uma ideia sobre o estado de desespero e cansaço em que me encontro. E o desespero leva-nos a fazer coisas absurdas, toda a gente sabe. Coisas tão absurdas como esfregarmos-nos numa criança doente, para ver se ela nos passa todos os micróbios e bactérias que tem no corpo para ficarmos doentes e podermos ficar em casa a descansar sem ver ninguém. Sim, fiz isso ontem e estou aqui à espera da febre e dos arrepios. Até agora ainda não aconteceu nada, vou esperar mais um bocadinho. Se continuar tudo na mesma talvez vá até ao hospital de Cascais à hora de almoço e dê uns beijinhos e abraços à malta que está na sala de espera. 

Só faltam duas semanas e dois dias para entrar de férias, estou quase lá.

domingo, 26 de junho de 2016

Não É

Quando somos nós a pagar as nossas próprias contas, há alguns aspectos importantes a ter em conta na hora do banho:

- A banheira NÃO É o set de um videoclip;
- A banheira NÃO É a pista de dança do Urban Beach;
- A banheira NÃO É a sala de audições do Factor X

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Sou? #2

Quando abro um tubo de cola líquida para colar um pintelhinho qualquer, acabo com cola no cabelo, nos dedos, na parede, na cadeira, no sofá, nos sapatos, na janela e até no carro que ficou na rua.

A sério, consigo colar e colar-me a tudo, menos ao que realmente quero colar.. um pintelhinho.

Digam-me, sou a única?

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Ele #10

Vamos a mais um episódio protagonizado pela bestinha do meu namorado? Vamos pois. 

Num gesto de perfeita ternura e infantilidade, pedi-lhe para me contar uma história para eu adormecer. Deixem-me só partilhar com vocês antes de continuarmos, que nunca percebi muito bem este conceito de contar histórias para adormecer. Se uma história estiver a ser boa e cativante o suficiente, o que convenhamos, não é difícil, NINGUÉM vai adormecer sem saber o final.

Já estrebuchei, podemos continuar.  

Sua excelência aceitou contar-me uma história, que passo a transcrever. 

"Era uma vez um menino muito feio muito pobre e gordinho, que estava apaixonado por uma princesa. A princesa vivia num castelo, era bonita, muito inteligente e simpática. A princesa tinha um noivo, também ele muito bonito e muito rico. [como a história estava a ser ligeiramente aborrecida, abstraí-me durante uns momentos, e não me recordo bem de uma parte da história. Vou portanto ignora-la e passar à frente.] Como estava quase a chegar o dia do casamento e a Lucinda (sim, a princesa) gostava muito do Carlos (o feio e pobre) e não o queria magoar, combinou um encontro com ele às escondidas do Fernando (o príncipe gato). Como o Fernando andava desconfiado que alguma coisa se passava, decidiu seguir a Lucinda nesse dia. Escondeu-se atrás de um arbusto, e apanhou o encontro dos dois em flagrante. Saiu de trás do arbusto, com uma caçadeira na mão, e gritou: 

- LUCINDA, o que é isto? 
- Fernando....... isto não é nada do que estás a pensar.. o Carlos.... 
-  Eu quero que o Carlos se foda! 

e deu um tiro de caçadeira aos dois." 

Fim. 

terça-feira, 21 de junho de 2016

NOS

O carteiro veio entregar a correspondência e ao ver uma carta da NOS, e de maneira completamente inconsciente, digo: 

" Uma carta da NOS? Isto não deve ser para NÓS!! " 

Vou deixar que se riam às gargalhadas agora.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Love My Job

Acabei de enviar um e-mail que me deu uma satisfação tremenda: 

"E em quanto nos ficaria essa deslocação ao [inserir nome de discoteca] mas na modalidade de Bar Aberto?" 

Alguém se vai embebedar com os seus coleguinhas Indianos, Chineses, Japoneses, Alemães, Franceses, Holandeses, Italianos, Suecos, Brasileiros, Espanhóis, Turcos, Polacos, you name it, temos presença em todo o lado, e essa pessoa sou EU! 

Love My Job!

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Pensos Rápidos

Saí do ninho da minha querida mãe e fui viver sozinha. Antes de continuar, é importante esclarecer que é daí que advém grande parte do meu silêncio. Vou aos poucos tentando solucionar isso, ok? Não chorem. 

Aquando da instalação na casa nova, que ocorreu a meio da semana, fiz algumas compras a correr para manter a minha sobrevivência, deixando para o fim-de-semana e com mais calma (e cabeça) as compras mais a sério. 

Tinha na minha extensa lista de compras pensos rápidos, claro que tinha. Uma pessoa nunca sabe quando é que pode precisar de um, e pode falhar-nos aquela cigana que os vende no meio da rua saída debaixo de uma qualquer pedra da calçada. 

Tinha o item na lista mas ignorei-o na minha primeira ida às compras, porque convenhamos, se precisei de 3 pensos rápidos nos últimos 20 anos, foi muito. Vá, vou subir a parada para os 5. 

Ora, o que é que me aconteceu nos dois dias em que eu não tinha pensos rápidos em casa? 

CORTEI-ME, claro. E não me cortei uma vez, atenção. Cortei-me duas vezes. 

Como se isso não tivesse sido suficiente, ainda bati com o dedo na porta do microondas de tal maneira, que me fez um corte enorme no dedo. Mas não se preocupem, safei-me bem. Nada que papel higiénico e um elástico para o cabelo não tenham resolvido.

Entretanto já comprei pensos rápidos e adivinhem lá quem é que ainda não se cortou?

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Não é Fácil

No escritório, sempre que tenho de escrever um cartão de acompanhamento de uma carta, que é um simples "Melhores Cumprimentos, meu nome" fico sempre altamente desmotivada e triste. 

Em primeiro lugar porque a caneta com que o assino não me faz sentir uma empresária de sucesso. Os grandes empresários assinam com canetas de tinta permanente cujo brilho se consegue ver em Caxias. Eu assino com uma caneta que diz "Brufen". 

Em segundo lugar porque a minha letra prejudica sempre a minha performance. Não posso fazer a minha letra normal porque corro o risco de o destinatário da carta ficar a pensar que eu pedi à minha filha de 15 anos para me escrever o cartão. Ora, posto isto, sou tentada a fazer uma letra que não é a minha e com a qual não me identifico.  

Ninguém disse que o mundo do trabalho era fácil. Ninguém.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Dedicação

Somos amigas há uma data de anos e apesar de não nos vermos com a frequência com que gostaria, há sempre um abraço delicioso quando nos encontramos. Nos momentos menos bons da minha vida ela esteve lá e nunca foi preciso eu pedir. Não vamos sequer falar nos bons. 

Por muito ocupados que andemos com a nossa vidinha mediocre, não nos devemos esquecer de quem nos quer bem, de quem se preocupa connosco, de quem nos viu crescer, de quem perdeu minutos, horas, dias para se dedicar a nós. 

Numa fase da minha vida em que infelizmente são mais os amigos que perco, do que aqueles que ganho, não me importo rigorosamente nada de, depois de 10 horas de trabalho em frente a um computador perder mais 2 ou 3 ou 4 ou 5 horas de sono para, e novamente em frente ao computador, preparar um dia inesquecível a alguém que realmente merece.

Pena que nem toda a gente seja como eu. 

(Quase um mês sem escrever e volto com este post deprimente, não é verdade? Desculpem-me os que chegaram aqui a salivar por uma gargalhada e se depararam com isto. Está tudo bem comigo, prometo. Voltarei em breve com muitas aventuras para vos contar. Precisava só de atirar esta carapuça ao ar e ver em quem servia) 

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Quem nunca?

Que atire a primeira pedra quem nunca baixou o volume do rádio do carro para ver melhor o caminho ou para estacionar melhor o carro. 

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Calinada do Ano

Vamos em Maio, e eu acho que já cometi a calinada do ano.. haaaannn..isto é que é ser eficiente.

Andava na Seaside com o meu muy nobre esposo, à procura de uns sapatos para um casamento. Vejo uns pretos, ao lado de uns azuis (a cor do vestido que vou levar) e comento: "olha...se calhar uns pretos também não ficavam mal". 

Pego nesses sapatos pretos e não sei bem porquê, num espasmo cerebral dos muitos que me dão, digo: 

"estes se calhar até ficavam bem" 

ele torce um bocadinho o nariz, a mim passa-me o espasmo que me deu e desço à terra. Olho novamente para os sapatos com olhos de gente, e comento o óbvio: 

"Naaaaaaaaaaa.. estes são um bocado à rameira, não são?" 

O meu namorado olha para mim, com cara de "já fizeste merda ANA CATARINA" e não responde. Percebo que fiz asneira, coloco os sapatos na prateleira sem olhar em redor e arrasto-o para fora da loja. Sem ser preciso perguntar nada, ele diz: 

"A gaja atrás de ti estava a experimentar uns iguais."

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Ele #8

Que o meu namorado é um monstro insensível, já muitos de vocês se deram conta, não é verdade? É. 

Aqui há uns tempos estava a contar-lhe a história de um casal Português que mexeu um bocadinho comigo e que foi, muito resumidamente esta:

O rapaz e a rapariga namoravam há alguns anos, uma relação pura, intensa e muito vivida. Até que um dia, sem que nada o fizesse prever, a rapariga morreu durante o sono. Como não viviam juntos, e a rapariga vivia sozinha, ele ficou dois dias em desespero sem saber nada dela. Lá lidou com a morte à sua maneira, e decidiu mesmo publicar em livro uns textos que ela escrevia. Soube de tudo isto por causa de uma partilha de um post que li no facebook, a assinalar os dois anos da morte da rapariga. Assim de uma maneira muito breve, consegui que ficassem ligeiramente sensibilizados, ou não?

Qual é o primeiro comentário da besta do meu namorado: 

"Granda sacana, está a fazer dinheiro à custa da morta"

Eu lá reviro os olhos, defendo o acto romântico do rapaz, e sou brindada com  algo do estilo: 

"Pois... então mas ele não voltou a ter ninguém?" 
"Ele agora tem namorada. Apaixonou-se por outra rapariga" 
"Fogo, a namorada morreu há dois anos e já anda a comer outra?" 

Há por aí alguém com um amigo giro e solteiro para me apresentar?

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Super Mulher

No outro dia tentei armar-me em super-mulher e tentei na minha hora de almoço:

- Ir ao banco depositar dinheiro;
- Fazer 2 ou 3 movimentos no multibanco;
- Ir à conservatória registar o meu carro; (iiiiuuuupiiii)
- Almoçar uma pedrinha da calçada pelo caminho.

Parece-vos ambicioso? A mim pareceu-me exequível, sei lá eu bem porquê, porque claro que é sempre que estamos com pressa, que as coisas correm todas MAL. 

As minhas começaram mal, assim que me apercebi que ao pé do banco não havia lugar para o carro, num sítio onde costuma sempre haver. Dei uma volta maior, deixei o carro mais longe mas não me deixei abater ao primeiro obstáculo.

O que Deus tira com uma mão, dá com a outra, portanto cheguei ao banco e não estava ninguém à minha frente. Rejubilei de felicidade porque era um momento quase inédito na minha vida. Quando disse ao funcionário que era para fazer um depósito, o funcionário disse-me que o sistema estava a reiniciar e que como ia demorar, podíamos fazê-lo na máquina para não demorar tanto tempo. Torci o nariz, porque tenho alguma (má) experiência com as máquinas de depósito do meu banco porque são incrivelmente lentas. Mas como era a minha única alternativa, e o senhor já estava a vir todo contente na minha direcção, cedi, como pessoa fraca que sou. 

Não tinha uma grande fortuna em notas, mas ainda eram algumas, confesso-vos. Dei as notas ao senhor, ele endireita-as e coloca-as na máquina. Aguardamos um bocadinho, e outro, e outro, e outro, mais ou menos o tempo necessário para fazer 3 depósitos ao balcão e a máquina lá decide ler as notas. Mas só lê metade, atenção. O senhor lá explica que como é uma máquina que está acessível 24horas por dia tem um sensor muito rigoroso para não encravar ou fazer depósitos de valores errados. Sorri e acenei, mas com a minha linda cabecinha no tempo precioso da minha hora de almoço que estava a perder. Lá repetimos o processo, com as notas que a máquina tinha decidido não considerar, lá esperamos o tempo equivalente  a mais três depósitos processados por um humano, e lá nos devolve a máquina mais umas notas, tão querida e tão preguiçosa. O senhor continua a sua teoria, eu continuo o meu desespero e lá estamos nós mais uma vez à espera que a máquina leia as 3 notas que faltam. Lá as lê, eu agradeço e pisgo-me. 

Vou a abrir para a conservatória e decido não estacionar onde costumo estacionar quando vou para aquela zona de Cascais, porque o meu esposo, ex fiscal, me estava sempre a dizer que se fartavam de rebocar carros naquela zona por estarem estacionados em cima do passeio. Como me desceu a consciência e o vislumbre do escasso saldo da minha conta bancária, decidi meter o carro ligeiramente mais à frente, numa zona onde se paga parquímetro. Ora, quem estaciona em cima do passeio, raramente se sujeita a pagar parquímetro. Peguei no telefone, já a dar às patinhas em direcção à conservatória, e liguei ao esposo, para saber onde andavam os fiscais. 

"Pois, por acaso não sei onde estão, mas podias ter deixado em cima do passeio, eles agora não estão a multar nem a rebocar por mau estacionamento, é só por falta de pagamento" 

Agradeci a Deus mais esta injustiça, e segui o meu caminho. Quando cheguei à conservatória, já só devia ter uns 20 minutos da minha hora de almoço, mas vi a minha pedrinha da calçada cada vez mais perto da minha barriguita vazia, quando me apercebi que só tinha uma pessoa à frente. Rejubilei mais um pouquito e sorri para as pessoas que estavam ao meu redor. Mas a minha felicidade esvaiu-se quando passados 15 minutos, o senhor ainda estava a registar o seu 37º carro. Claro que eu tinha de apanhar à minha frente um Romeno, provavelmente dono de todos os stands de automóveis da zona de Cascais. Para o comum mortal, 15 minutos de espera podem não ser nada, mas para uma pessoa esganada de fome e com apenas 5 minutos de sobra da hora de almoço, são uma eternidade. E um desespero. E uma agonia. Lá passaram mais uns 10 minutos, o senhor foi embora e chegou a minha vez. 

"Olá Boa Tarde blablablablablabla os documentos da viatura por favor" 

Pausa. 

Silêncio. 

Suores Frios. 

Dor. 

Agonia. 

Desespero. 

"os documentos.....estão no carro." 

" Pois querida, mas sem os documentos não posso fazer nada" 

Deixei de ouvir no querida, e saí disparada da conservatória a pensar "mas que merda, porque é que eu não deixei a merda do carro aqui a 3 segundos em cima do passeio, agora tenho de andar esta merda toda é melhor meter uma moeda no parquímetro ó caraças raio de vida miserável a minha". Chegada à zona do carro, dirijo-me ao parquímetro, meto a quantia mínima, chego ao carro, abro o porta luvas, tiro os documentos, vou-me embora, oh foda-se agora venho com o talão do parquímetro na mão em vez de o ter deixado no vidro, volta para trás abre o carro coloca o talão fecha o carro anda até à conservatória chega toda suada e a mulher está a atender outra pessoa, porque claro, não posso interromper, quem me manda ser otária, é bem feita, é para aprender, lá chega a minha vez e trato de tudo em menos de 5 minutos, altura em que rejubilo novamente porque foi metade daquilo que me tinham dito que ia pagar e sinto-me uma sortuda por viver num país em que pago tão pouco para registar uma coisa MINHA que fui EU que paguei com o suor do MEU trabalho. 

Olho para o relógio e a minha hora de almoço já tinha ido para o espaço há uns largos minutos. Mas pensei que se lixe, o meu estômago está histérico e como não me apetece pagar €5 por uma sandes e um sumo, vou ali até ao Lidl buscar as melhores empadas que alguma vez comi na minha vida e uma garrafita de água vá, para não morrer engasgada. No caminho para o Lidl apanho um Mercedes a 20 Km/h conduzido, claro, por um velho de boina, que adivinhem: TAMBÉM IA PARA O LIDL. 

Respiro fundo, e lembro-me da força que guardo dentro do meu corpo espero que ela ouça e lá chego ao Lidl no estilo do costume. Saco as empadas e a água em menos de 7 segundos e esperam-me, claro, apenas duas caixas abertas. Eram umas 14h30 e as caixas não deviam ter muita gente, pelo menos foi essa a ideia que me motivou a ir ao Lidl, "a esta hora não está lá ninguém, é rápido" Claro que as filas estavam bem compostinhas em ambas as caixas, e claro que demorei mais uma eternidade à espera. Saí do Lidl e enfiei as duas empadas na boca em menos de 2 minutos, que foi o tempo de chegar ao trabalho. 

Entrei, pedi perdão meu estagiário pelo meu atraso, sentei-me na secretária, amaldiçoei pela 75ª vez a minha vida e apercebi-me que me tinha esquecido de fazer os movimentos no Multibanco.


(digam olá ao post mais longo deste blog. Quem tiver conseguido chegar ao fim, que me avise)

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Vida de Estagiário #2

Quem disse que os estagiários não percebem nada de nada, está redondamente enganado. O meu, num só dia, demonstrou saber muito disto até. 

Num singelo momento meu de fúria matinal, dado ser a terceira vez que a fotocopiadora encravava a merda do papel, disse-lhe: 

"vão ser as máquinas que vão dominar isto tudo, vais ver." ao que ele me responde "sim, mas por enquanto são as mulheres"

Haaaann, mulherio que aqui paira, não estão já deliciadas com o meu pequeno estagiário? 

Mais à frente no dia, e depois de desligar uma chamada diz "isto de fazer duas coisas ao mesmo tempo não é mesmo para os homens."

terça-feira, 26 de abril de 2016

É Preciso Falar Sobre Isto

A blogosfera anda pelas horas da morte. Já cá ando há muitos anos e isto está cada vez pior, acreditem no que vos digo. 

Os blogs que encontro agora são alimentados por parcerias e patrocínios, nada mais. Ele são posts aleatórios de boas vindas à primavera (ou ao inverno), onde subtilmente se inserem 4 ou 5 produtos chave (patrocinados, claro), grandes produções fotográficas com 15 fotos aborrecidas no meio da estrada só para mostrar aquele casaco/saia/botas/colar oferecido por uma marca, fotografias de inaugurações de lojas ou de lançamentos de colecções, posts de 70 metros e 15 fotografias a detalhar os benefícios e as maravilhas dos produtos da bodyshop (mas que raio, de repente toda a gente adora os produtos da bodyshop, queres ver?) e nem vou falar das fotografias com os outfits que ninguém pediu. Queridas, aqui vai um conselho: deixem isso para quem sabe. O blog da Pipoca Mais Doce cumpre bem a função da futilidade do dia, parceria do dia e passatempo do dia (e tudo no mesmo dia), portanto não precisamos de mais 7.600 imitações, a sério. 

"No meu tempo" ainda se produziam posts de qualidade e sem asteriscos ou parcerias. A malta tinha um blog para despejar as coisas do dia-a-dia e os textos lamechas. Gostava de saber porque é que a identidade de cada uma se perdeu, para se entregar a patrocínios e parcerias. Nunca iremos saber realmente se todas elas amam assim tanto sushi, sumos detox, aquele centro comercial, aquele hotel, aquela mala amarela ou aqueles cremes que não fazem rigorosamente nada. Não acredito que nenhuma dessas bloggers escreva por paixão, tal como não acredito em nenhuma palavra que escrevem. São opiniões compradas, e isso é quase tão triste, como deprimente. 

Onde é que andam os bons blogs? Porque é que toda a gente que tinha jeito para isto deixou de escrever? Cada vez sigo menos blogs, e cada vez me é mais difícil encontrar um bom blog.

Deixei há uns dias no meu facebook um pedido: que me indicassem blogs novos para ler. Como não faço giveaways e a a minha página tem 57 gostos, ninguém me sugeriu nada. Por isso lanço a escada para aqui; haverá por aqui, por entre os meus 12 leitores, algum que me possa sugerir blogs de jeito?