Estava nas caixas automáticas do Continente com o meu cestinho a passar códigos de barras, enquanto pensava para mim que me passou ao lado uma brilhante carreira de operadora de caixa.
Quando me dirigi ao cestinho para tirar o item seguinte, reparei que ao lado estava uma criança com uma das minhas garrafas de água na mão. O primeiro pensamento que me ocorreu foi "como é que tu apareceste aqui tão rápido e me tiraste a garrafa sem eu dar conta seu bicho do demónio?"
Lá sorri para a criancinha sem ela me sorrir de volta. Tudo bem, fui forte e não chorei por causa disso. Continuei a minha vida a tirar coisas do cestinho e a ignorar a criança. Ela continuava ali, com a minha garrafa de água na mão e a olhar para mim com ar de mosca morta. A mãe chamou-a "Não-sei-das-quantas põe lá isso onde estava, não é teu, é da senhora".
Claro que a não-sei-das-quantas não meteu nada. Eu parei o que estava a fazer, porque sabia que aquilo ia ser giro.
A mãe vem ter com a criança, agarra-lhe no braço e diz "Já te disse, põe lá isso"
A criança atira a garrafa de água para dentro do meu cesto, que, como eram de 1,5L esmagou os meus itens mais sensíveis.
"Grande puta" - pensei eu enquanto me controlava para não dizer aquilo em voz alta.
A mãe desata a gritar "Já viste o que fizeste não-sei-das-quantas? Isso são maneiras de tratar as coisas dos outros? Tinhas alguma coisa que blablablablablablablabla. Podes esquecer o Happy Meal, vamos directas para casa."
A criança começou a chorar. E eu, apesar de achar que era muito bem feita, não deixei de sentir um pouco de pena; faço exactamente o mesmo quando a minha mãe me diz que já não vamos ao mcdonalds e tenho 25 anos.
Bah! Já não se sabe educar uma criança! (se calhar disse-lhe podes esquecer o Happy Meal mas depois acabou por comprar um Big Mac...)
ResponderEliminaré bom que isso não tenha acontecido! Porque foi o castigo da mãe que me demoveu de dizer à criança que o Pai Natal não lhe ia trazer brinquedos nenhuns este ano!
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